11.1.12

.uma história bonita.

Esta é a história de Clarice.

Todos os dias ao ir e ao voltar do trabalho, Clarice avistava algo que agradava suas vistas e todo o resto do seu corpo. Pois bem, não deu importância necessária. Nessa época, Clarisse estava só.
 Passou-se o tempo, e continuou a não dar importância. Mas dentro dela, sabia que existia algo além de apenas ver.
Os olhares começaram-se a se cruzar, e ao se cruzarem, paravam em uma eternidade de um minuto só que resultava em  um êxtase inebriante e colorido. Era dado um 'Stop' nos outros sentidos e no resto do mundo. Tudo passou a ficar mais claro e fervoroso pela simples idéia que ele iria cruzar seu caminho. E cruzava. Na ida, no almoço, na volta, nos sonhos, nos pensamentos e nos pesadelos, por que não?!. Ela passou a acreditar que uma parte do seu cérebro passou a viver apenas para ele. E passou.
Nenhuma palavra fora trocada durante todo esse tempo, nada, nem "Oi''. Apenas o olhar - e que olhar! Olhar de céu de brigadeiro - .
Até que isso foi ficando cada vez mais constante e Clarisse não queria  saber mais de almoçar em outro lugar apenas para vê-lo. Às vezes, quando calhava de sua amiga querer comer em outro lugar, pimba ! lá estava ele. Ao término do almoço, quando o elevador informava o 5º andar o seu coração ficava quase a pular elevador abaixo. E não é exagero!
Não sabia-se nomes. Não sabia-se nada, mas a conexão entre ambos era grande, forte e avassaladora.
Continuou assim por léguas e luas.

Até, que um belo dia, Clarisse estagnada da não 'atitude' da parte de nenhum, resolveu agir.

Foi semana passada. Ela me contou e foi assim:

O almoço.

Clarisse:
-Almoçamos como sempre, eu na minha mesa com a minha amiga e ele em sua mesa com a amiga dele.(urghhhhh - ok, postura.). Sentei em uma mesa em extremos , não davam para os olhares se cruzarem e eu também já estava ficando farta desse chove não molha. Até que, decidi dar  o primeiro passo.

O nome.

Afinal, eu não podia ir embora para sempre e não saber o nome da pessoa que faz o meu coração disparar sem correr, e faz eu suar sem pular, e faz com que  um turbilhão de borboletas guerreem no meu estômago. Queria ter lhe dito isso. Ok, decidi que ira perguntar o nome.

Terminei de almoçar e fui pegar a sobremesa como sempre fazia. Senti uma pessoa se aproximar, mas não olhei. Tudo bem. Quando olhei para o lado, no freezer de sorvete, lá estava ele. Ele olhou para mim, eu olhei, fingi que não vi. Olhei de novo. Pergunto, não pergunto, pergunto ou não? Perguntei.

-Oi, posso te fazer uma pergunta?
-Sim...  (balançou a cabeça em um tom afirmativo)
- Qual o seu nome?  (Respirei fundo e soltei o ar. Você imagina o quanto eu ensaiei na frente do espelho essa frase? Inventei muitas coisas para dizer, mas isso foi tudo que eu consegui por pra fora.)
- É Rafael (parou.... olhou ... deu uma risadinha e disse:) E o seu?
- O meu é Clarisse.... ( Eu já não sabia mais o que dizer, parece que deu um branco, e foi o branco dos seus olhos que eu avistei).
- A gente se fala Clarisse.
Pegou o sorvete e saiu sorrindo um sorriso maroto de canto de boca (Que eu gostaria de beijar).
Nesse meio tempo, tudo se juntou. Tudo ficou absoluto.
E, pelo menos eu soube. O nome. Rafael.

Clarisse pensou que esse seria o começo de algo bom. Apenas imaginou. Mais uma semana se passou desde que ela perguntou o nome. E nada mais aconteceu. Como sempre, apenas olhares. Ela já não está só. E se conformou.

Chegou a hora de Clarisse partir. E nunca mais verá Rafael. Será?
E agora o que invade o peito é sol  e treva. É incerteza de ter dado mais um passo que não foi dado. Na hora de ir embora Clarisse sentiu uma vontade imensa de apertar a campainha do 5º andar e pedir para chamar o moço bonito, moreno, com cabelo de Elvis Presley, blusa verde , calça deans e tênis.
Mas nada fez. Virou-se e foi embora. E agora Clarisse ouve Nando Reis pensando na oportunidade que perdeu ou não. Sabe que não é certo sentir o que sente, mas  não se importa de sentir e gostaria de sentir de novo, mais e mais e para sempre. Mas a angústia que sente agora assola é a da realidade. Amanhã tudo será diferente, não terá olhar, não terá almoço, não terá estação, não terá 5º Andar. E, dentro de Clarisse tudo volta a normalidade massante das suas escolhas.

O vento levou para longe o céu de brigadeiro de Clarisse. A utopia.

The End

Ps. Clarisse

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