11.1.12

O Bêbado e a Noite

Noite alta, um bêbado passa cantando...
Canta de embriaguês ou de lucidez? Não se sabe, mas ele permanece firme nas palavras cambaleantes que tomando forma, vão conhecendo o mundo ao soprar do vento.
Num caminho sem direação, seu corpo dança num compasso desconcertado, tanto quanto o mundo em que vive.
A noite é a atriz coadjuvante, as estrelas sua platéia e o céu, seu palco de sonhos.
As cigarras dão ritmos as suas composições, tão ausentes de síladas, vogais ou consoantes.
O seu espetáculo é eterno de uma noite apenas e sua vida, longa como a estrada em que seus passos percorrem.
Agora sentado num banco rente à praça, seus olhos é que se perdem, e perdidos não encontram nenhuma razão.
Sabe que precisa voltar, mas esqueceu-se de esquecer o caminho...
A embriagues que faz daquele homem um ser inerte ou cambaleante, não é apenas dele.
As conciencias estão mais bebadas que o próprio litro de cachaça, fechando as cortinas para o seu próprio espetáculo.
Sou um narrador-observador e tornei-me repetitivo com as palavras, mas elas estão ai, uma a uma, contudo, minha alma sabe mais...
(...)

Ps.Clarisse

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